26 janeiro 2012

Quem tem medo do "capitalismo de Estado"?

Em Davos, empresário mostra receio com avanço de governos na economia do Continente.  Alegam risco à democracia. 

Justo agora, quando o continente tem sustentado crescimento bem acima da média mundial e a desigualdade tem sido reduzida, invertendo a trajetória anterior desses países?

Curioso como esse receio não esteve presente quando a América Latina estava quase toda sob ditadura, dos anos 1960 a 1980.

Veja a matéria abaixo, de O Globo. A declaração que sustenta o subtítulo da matéria é a de um único empresário, por sinal, venezuelano. Por que o plural? O correto seria: "empresário diz".


Sobre o conceito em si, leia Capitalismo de Estado e o charuto de Lênin.


O lado bom e o ruim do capitalismo de Estado

 Empresários dizem que avanço de governos na economia na AL é risco para democracias
O Globo, 26/01/2012

DAVOS. A Petrobras foi citada ontem num debate sobre a América Latina, em Davos, como o lado bom de um novo fenômeno, sobretudo no mundo emergente: o capitalismo de Estado. Isto é, o Estado assumindo cada vez mais o lugar das empresas privadas, em certos setores. Mas alguns empresários alertaram para o perigo de a prática se expandir demais.

- Isso pode ter uma tremenda implicação política. (O poder que o Estado está adquirindo na economia) é extremamente preocupante e perigoso para democracias. E já foi provada que a presença demasiada do estado prejudica a inovação e traz problemas de transparência. Isso tem que ser discutido - alertou o empresário venezuelano Lorenzo Mendoza, da Empresas Polar.

José Sergio Gabrielli, que deixa a presidência da Petrobras no mês que vem e estava na plateia, reagiu:

É um temor normal. O problema é que o uso dos recursos e os excedentes gerados na América Latina não foram reinvestidos no desenvolvimento e no crescimento - disse ele, 

que não revelou se vai se candidatar nas próximas eleições na Bahia nem para qual secretaria vai trabalhar no governo Jaques Wagner:

No debate, houve consenso de que o continente nunca teve tão preparado. Guillermo Ortiz, ex-presidente do Banco Central do México, afirmou que "esta é a década da América Latina". Enrique Iglesias, presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento, lembrou que os latinos reestruturaram suas dívidas, aumentaram impostos, fizeram reforma fiscal e fortaleceram o setor bancário, o que a Europa tem que fazer hoje.

- É uma pena que os europeus não olharam (para a América Latina) - afirmou.

Ricardo Haussman, diretor do Centro para o Desenvolvimento Internacional, da Universidade de Harvard, vê problemas de crescimento para o Brasil:

- O Brasil tem ainda muitos gargalos. A infraestrutura é um desastre. Há muito o que resolver. (D.B.)


 
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